No Dia Mundial da Arte partilho convosco uma pintura, com texto explicativo, que fiz no período de quarentena.
Neste período, tão difícil, senti necessidade de comunicar, de criar. A arte e, a minha casa, foram o meu refúgio, a minha terapia, a minha salvação.
Na pintura existe um elemento natural, à esquerda, pintado de vermelho. Foi uma raiz que o mar ofereceu-me, uns anos atrás, num dia de tempestade. Guardei-a até hoje pois sempre associei a sua forma à de um coração. Esta é a homenagem que faço à natureza e ao ser humano que, mais do que nunca, anda com o “coração nas mãos”, amedrontado, assustado mas, também, revelando preciosos exemplos de solidariedade e humanidade.
A maior parte das pessoas não têm braços pois mostra a nossa fragilidade e “impotência” perante um vírus imprevisível e muito devasta DOR. Também revela o facto de não podermos abraçar nem tocar uns nos outros, como se fossemos despidos de AFETOS … Uma delas tem asas de anjo pois, mais do que nunca, somos seres inocentes, desprotegidos, apanhados desprevenidos neste contágio humanitário e comum.
Ao centro, em grandes dimensões, está o nosso real inimigo. Apesar de ser microscópico foi representado em grandes dimensões devido à propagação e devastação que está a ter no nosso planeta, principalmente, no ser humano.
À esquerda, uma figura em primeiro plano, com uma máscara, é uma humilde homenagem aos nossos enfermeiros e médicos que estão na linha da frente, a tentar salvar vidas …
À direita, no canto superior, está uma figura que chora. A única que tem braços e mãos para poder amparar as lágrimas.
Que o vírus do AMOR seja o primordial contágio a prevalecer no planeta! Este nos salvará …