Como sequência dos últimos acontecimentos e com as escolas de portas (quase) fechadas, os professores vêem o seu trabalho ser condicionado e realizado a partir das suas residências, tentando, sobretudo, que os alunos não desmotivem nem deixem de estar a par dos conteúdos que deveriam ser trabalhados, pelo menos até à interrupção da Páscoa.
Se o trabalho dos professores dos ensinos básico e secundário não suscitava dúvidas, uma vez que poderiam enviar trabalhos e fichas para que os alunos fossem acompanhando a matéria, estas dúvidas prevaleceram acerca do trabalho a ser desenvolvido pelos educadores.
Segundo a opinião de vários educadores, as crianças da faixa etária da primeira infância e do pré-escolar têm como prioridade SER CRIANÇA, ter a atenção dos pais e poder passar tempo de qualidade com eles. Por outro lado, as crianças precisam de tempo livre para brincar e é importante ter a noção de que, através do brincar, estão também a aprender regras, limites, noções de tamanho e de medida, noções de espaço, para além de desenvolverem a linguagem e a capacidade de observação…entre muitas outras competências. As crianças precisam também de tempo livre para desenvolverem a sua própria criatividade e capacidade de expressão, sem recorrerem a modelos pré- concebidos.
No entanto, é do conhecimento geral que as redes sociais são um meio rápido e eficaz na divulgação de eventos e conhecimentos, como se pode comprovar das múltiplas partilhas de sugestões de atividades que, diariamente, são feitas por muitos educadores. Estas são atividades que estão ao alcance de qualquer pai ou mãe que queira aproveitar para as realizar com os filhos.
Alguns educadores aproveitam a rapidez das redes sociais para promover e divulgar algum assunto que considerem de relevante importância para os pais ou crianças. Assim, neste tempo de quarentena, são já muitos os grupos privados criados no Facebook e no WhatsApp entre alguns educadores e os pais das crianças da sua sala para fazerem comunicações ou divulgarem algum pedido.
Com a necessidade de estarem a trabalhar à distância, esses educadores aproveitam esses grupos privados para sugerir atividades e até para contar histórias ou cantar canções que estavam planeadas para ser trabalhadas em sala nesta altura do ano letivo.
É de salientar que estes educadores, tal como os restantes docentes, estão a elaborar os relatórios dos projetos que deveriam ser entregues neste fim de período, a fazer as avaliações das atividades e das crianças, em grupo e individualmente. Aproveitam também para adiantar as próximas planificações, e também para efetuarem leituras necessárias e se manterem informados sobre matérias que dizem respeito à sua área de trabalho.
Para finalizar, temos de ter a noção de que nem todas as famílias têm condições para trabalhar a partir de casa nem possuem computador.
Os educadores fazem maravilhas, mas não fazem milagres.