ainda por cima
os seus plantéis são quase exclusivamente regionais
e totalmente inclusivos!
Gosto muito de futebol e, ultimamente, tenho procurado ver um ou outro jogo ao vivo, embora, em alguns deles, a vontade de me vir embora a meio tenha sido superior à de ficar até ao fim.
Também ultimamente se tem falado muito de rankings de escolas, apesar de a febre parecer estar a arrefecer, o que é um bom sinal. No entanto, estou em crer que quase toda a gente olha para eles, esperando que a “sua” escola apareça nos lugares cimeiros.
Em que se tocam o futebol e as escolas regionais? Embora não sendo um relacionamento óbvio, tenho refletido sobre estas duas realidades e, da comparação de ambas, concluí que as nossas escolas são os melhores clubes da RAM. Não tenho qualquer dúvida quanto a isto. Na verdade, estar ao nível das melhores escolas do país, tem sido, de ano para ano, cada vez mais a normalidade. E, atenção, que não estou a falar de casos específicos, antes me refiro à média geral das escolas da RAM. Bem sei que haverá muita gente a discordar de mim, mas, se distinguirmos o que é diferente e compararmos o que é idêntico, a conclusão só poderá ser aquela. Por isso, quando comparo as escolas da RAM às do todo nacional, refiro-me às públicas, já que as particulares não se gerem pelos mesmos parâmetros: não são abertas a todos os alunos; os que as frequentam são, em geral, das classes sociais mais favorecidas, têm grandes ambições em termos profissionais e, na sua maioria, são alunos fortemente motivados; estão focadas nos resultados dos exames; excluem alunos problemáticos, entre outras particularidades. Nas escolas públicas, há muitas diferenças: os alunos são de todas as classes sociais; não há, nem pode haver, restrições à frequência de ninguém, salvo as de ordem geográfica ou de residência; muitos desses alunos estão na escola contrariados; não têm grandes perspetivas de futuro; têm histórias de vida muito problemáticas.
Por tudo isto, e por muito mais que aqui não cabe, comparar as escolas públicas às privadas é como comparar os clubes regionais aos três grandes de Portugal, ou estes aos maiores clubes europeus. Se houvesse um ranking anual dos clubes portugueses, alguém se espantaria por o Marítimo, o Nacional, o União, o Camacha, o Machico etc. nunca aparecerem nos primeiros lugares, ou por os três grandes surgirem sempre nos lugares cimeiros? Ninguém, com certeza!
Parabéns, pois, às nossas escolas por, de um modo geral, estarem a fazer um excelente trabalho na formação integral das crianças e dos jovens da nossa região. Para mim, são, sem dúvida, os melhores clubes da RAM, ainda por cima os seus plantéis são quase exclusivamente regionais e totalmente inclusivos!