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Precisa-se de professores

Agosto está no fim; setembro está à porta; as férias estão a acabar; o ano letivo está quase a começar.

Na verdade, apesar de, oficialmente, as atividades letivas começarem entre os dias 11 e 18 de setembro, tudo tem de ser preparado com muita antecedência para que a abertura do ano escolar se processe com a maior das normalidades, o que nem sempre tem acontecido. Em primeiro lugar, as escolas têm de fazer o levantamento, em função do número de matrículas recebidas e dos respetivos projetos educativos, das necessidades dos recursos humanos; e, depois, pede-se que a SRE coloque os docentes necessários em tempo útil.

Este processo é fundamental para que as escolas possam responder ao que delas se exige. Logo, tem de ser preparado com todo o cuidado e, mais importante, concretizado de forma atempada e justa para todos os envolvidos. Infelizmente, nem sempre tem sido assim, havendo, todos os anos, alguns atrasos na contratação de docentes e denúncias de possíveis violações das listas graduadas. No entanto, aos poucos, tem havido melhorias quer numa situação quer na outra.

Estes avanços criaram as condições para que este início de ano letivo seja o mais tranquilo dos últimos anos, apesar de ter havido a saída confirmada de 142 profissionais para o continente. Isto exigirá, evidentemente, determinação por parte da tutela para colmatar, com toda a celeridade, eventuais carências do sistema regional, sem pôr em causa a importância do trabalho prestado pelos professores destacados e requisitados.

O que começa a ser bem claro, ao contrário do que tantas vezes se diz e se procura fazer crer, é que não há professores a mais na RAM. Aliás, como já se notou ao longo do ano letivo anterior e se continuará a notar, pela certa, em alguns grupos disciplinares, com especial destaque para os de Inglês do 1.º ciclo, Português, História e Informática, entre outros.

Por tudo o que se tem passado recentemente em termos de recursos docentes, impõe-se que no próximo ano letivo se abra o concurso interno. Esta será a forma de se repararem algumas injustiças, nomeadamente a dos docentes que querem mudar de escola ou de quadro de zona e se têm visto impedidos de o fazer, e de minimizar os desequilíbrios criados pelas saídas de professores para o continente e para os Açores.

Infelizmente, este déficit de docentes será cada vez mais notório e poderá atingir proporções preocupantes dentro de 6 a 10 anos, com a previsão do aumento das aposentações. Convinha, pois, começarmos a pensar nisto e na forma de prepararmos o futuro corpo docente da Região.

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