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Sem medo de 2023

Que haja avanços significativos na aprovação de medidas que combatam o desgaste e o envelhecimento dos docentes

Final de ano: tempo de balanço do que acaba e prognose do que aí vem. O ritual está entranhado nas nossas existências e, entre tantas funções, serve para nos tranquilizar, dando-nos a sensação de estarmos a dominar os acontecimentos. Porém, não estamos, como temos visto pelos acontecimentos imprevisíveis dos últimos anos, que têm posto em causa todas as nossas convicções sobre a vida.

Apesar de todas as incertezas e de um certo pessimismo reinante, o Sindicato dos Professores da Madeira acredita que 2023 trará avanços na reversão de alguns dos constrangimentos que têm vindo a afetar a Carreira Docente e que muito têm contribuído para a falta de professores que se faz sentir, intensamente, na RAM, em muitos dos grupos disciplinares. Por isso, em termos sindicais 2023 será um ano de grande atividade, nos locais de trabalho dos professores e educadores e, se tal vier a ser necessário, na rua. No entanto, espera o SPM que a via negocial seja a ferramenta principal para a reparação dos problemas profissionais docentes. Além disso, espera que os partidos políticos, nos seus programas eleitorais, não se esqueçam de tratar a educação como um dos pilares da sociedade.

Em concreto, o SPM espera que haja avanços significativos na aprovação de medidas que combatam o desgaste e o envelhecimento dos docentes, o que significa atuar em todas as fases da carreira docente: no final, para que quem já deu tanto à educação, possa descansar; no meio, para que quem se vê obrigado a assumir cada vez mais responsabilidades, não colapse; e, no início, para que se permita a entrada, em condições dignas, de novos profissionais que vão substituindo os que merecem descansar. Entre essas medidas, têm de estar

  • a redução significativa da burocracia;
  • horários equilibrados;
  • as reduções por idade e antiguidade dos colegas do 1.º ciclo e da educação pré-escolar;
  • a vinculação imediata de todos os que, estando a trabalhar, são fundamentais para o sistema educativo regional;
  • calendário escolar assente em critérios pedagógicos.
  • o fim das vagas na progressão e dos percentis na avaliação docente;
  • a recuperação do tempo de serviço dos docentes que vincularam antes de 2011, única forma de reparar as suas carreira, de repor a justiça e de se atingir o objetivo de uma Carreira única para todos os docentes.

Para além de tudo isto, em termos internos, 2023 será, ainda, um ano de celebração, uma vez que no dia 12 de março se cumprem os 45 anos da fundação daquela que é a mais antiga, a mais interventiva e a mais representativa organização de docentes da RAM.

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