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Os sanguessugas disto tudo

Para que não tenham dúvidas, nós vamos continuar a lutar pelos nossos legítimos direitos e vamos conquistá-los.

Vamos ser claros e justos: os responsáveis pela(s) crise(s) que atingiu(iram) Portugal há mais de uma década não são os professores nem os seus salários. Não foi por causa da estrutura da carreira dos docentes, nem dos seus vencimentos, que a troika entrou no país e impôs medidas restritivas. Mais, as poupanças que foram feitas (mais de 8 mil milhões, no caso dos professores) por grande parte do povo português não serviram verdadeiramente para o deveriam ter servido: a reestruturação do país e para criar bases sólidas para a sua sustentabilidade económico-financeira.

Porque se encarniçam então os muito bem pagos comentadores de tudo o que é comunicação social contra o compromisso assinado, na passada sexta-feira, entre os representantes do governo e todas as estruturas sindicais da classe docente? Ainda se se tratasse de um documento que repusesse os legítimos direitos dos docentes, compreender-se-iam as dores articulares nos cotovelos; mas não, esse documento não é mais do que uma porta aberta para se continuar a negociar com vista à obtenção de um acordo que reponha a justiça, sem pôr em causa a sustentabilidade orçamental nacional.

Confesso que, se por um lado, as minhas vísceras não ficam indiferentes a tamanha desfaçatez, por outro, me divirto com a qualidade das interpretações desta gente. Sim, porque não estão senão a representar papéis de impolutos com um único objetivo: esconder a responsabilidade no rumo que o país seguiu ao longo dos anos de crise. Não é assim, sr. Jorge Coelho e sr. Lobo Xavier? Ah, têm razão, não foram só vocês; foram também os vossos compinchas, camaradas e companheiros, como os varas, os sócrates, os portas, os passos, os salgados, os bavas, os granadeiros, os bataglias, os berardos e tantos, tantos, tantos… tantos outros. E só conhecemos a cabeça deste polvo monstruoso, que só é octópode porque podemos sempre multiplicar os seus tentáculos principais por oito ou por múltiplos de oito! Imagine-se se conhecêssemos todas as suas ramificações e a força das suas ventosas sugadoras!

Caros senhores, é muito fácil resolver os problemas financeiros do país e pagar salários justos não só aos professores, mas a todos os trabalhadores portugueses: abate-se este polvo e os seus clones e tudo ficará resolvido. Podemos abrir a caça? Não? Então, porquê? Têm medo de ser abatidos? Não se preocupem que para criticar os professores ainda fica por cá uma casta de cronistas iluminados, como os miguéis sousas tavares, os josés manuéis fernandes, os nicolaus santos e que tais. Eles continuarão a dar expressão, ainda que por razões diferentes (ou talvez não) à vossa sanha contra os docentes.

Porém, para que não tenham dúvidas, nós vamos continuar a lutar pelos nossos legítimos direitos e vamos conquistá-los. Vocês continuem a sanguessugar o que é de todos!

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